Fala pessoal! Hoje eu, Natan, trouxe mais um post pra gerar aquela reflexão que todo jogador curioso tem! Pega aquela (insira sua bebida favorita aqui) e vem comigo nessa ideia que sempre me deixa curioso: Qual o seu processo criativo?
Criatividade
s. f.
Faculdade ou atributo de quem ou do que é criativo; capacidade de criar coisas novas; espírito inventivo: criatividade artística.
Todos sabemos que um dos pilares desta atividade que amamos é a capacidade de interpretar outras pessoas, e vivenciar suas experiências. Dessa maneira, obtemos a possibilidade de nos aventurar pelo desconhecido mar da imaginação.
Mas eu sempre tive curiosidade sobre os processos de criação dos outros jogadores. Já vi jogadores que apenas decidem seus personagens após suas rolagens de dados. Jogadores que lêem extensivamente os livros até encontrarem as mais fortes opções. Outros que desenvolvem primeiro um extenso e vivido background onde está plenamente delineado quem aquele personagem é, e assim sendo, suas características sejam classe ou atributos são penas reflexos de algo que já existe (pelo menos na mente de seu jogador).
No meio da criação, o personagem já está te ajudando a surgir…
Esta capacidade de gerar um ser complexo, na qual eu possa me apoderar de sua personalidade como um “Avatar” sempre me maravilhou. Sei que existem casos e casos, e cada um é cada um, mas utilizo as experiências dos outros para aumentar a minha própria, e este aqui é algo senão um canal de comunicação muito poderoso.
No meu caso, confesso a vocês, não consigo criar um personagem se ele não existir na minha cabeça. Se eu não tenho uma profunda ligação com ele, se não consigo sentir o que ele “sentiria” e pensar como ele “pensaria” eu simplesmente não consigo jogar. Já houveram vezes em que alguém no grupo chegou pra mim e disse: “Precisamos de um Clérigo, faz um aí” e eu me neguei terminantemente. Outras onde chegaram e disseram: “Que tal se você fosse Druida, teria cura, e ajudaria também em algumas necessidades de combate do grupo…” e um personagem profundo e divertido imediatamente surgiu na minha mente!
Das referências da nossa vida para dentro do personagem
Uma vez eu conversava com meu tio, que já publicou alguns livros e tem mais alguns escritos aguardando atenção. Ele me disse algo no mínimo interessante: “Quando comecei a dedilhar o teclado do computador escrevendo este livro, a personagem se definiu, e simplesmente tomou conta de toda a história.” “Ela estava viva, esta sacana, e assumiu totalmente o controle da situação.”
Achei isto incrível. É o que acontece comigo. Por isso gostaria de ler os comentários de vocês, e saber se com vocês acontecem casos de personagens tão marcantes quanto um druida que tive o prazer de interpretar, chamado Hashnar, o Caçador Esmeralda. O Background dele se tornou tão interessante para os outros jogadores e o mestre do jogo, que o mestre simplesmente reclamou comigo, pois não teria como não inserir em seu mundo próprio, o local de onde Hashnar viera, a floresta de Daltair, conhecida como “A Jóia Verde”.
Esse poder que meus personagens têm de tocar nos outros jogadores e no mestre, assim como o deles têm de cativar a mim, é algo incrível que dificilmente vejo pessoas discutindo em revistas ou blogs. Estar na memória de outrem, com uma criação minha, é com certeza motivo de satisfação incrível para mim. Afinal quem nunca se alegrou em encontrar um amigo depois de um tempo, ou ouvir numa roda de RPG tempos depois a seguinte frase: “Caramba, e aquele personagem, lembra dele!” É mais do que processo criativo, é criar memórias, e das boas.
Seria a diversão o melhor processo criativo?
A campanha mais longa e com certeza uma das mais divertidas que já joguei foi com um Feiticeiro de D&D 3.5. Após algumas aventuras descobriu que era filho de um dos personagens da aventura anterior da mesa (que por sinal eu não havia participado). Tomou para si seu sobrenome, continuou seu legado e escreveu com runas mágicas seu nome no continente de Faerûn. O grupo de aventuras anterior já era formado por lendas vivas (muitos, lendas mortas). Mas, continuar sob a sombra deles foi mais uma honra que um fardo.
Todos se animaram em continuar as façanhas, e não apenas dos personagens anteriores, mas também o bom trabalho dos jogadores que os interpretaram, ainda que muitos não estavam mais nesta nova geração. Até hoje se cantam em muitas tavernas e castelos de Faerûn sobre o auspicioso Bardo S’zouri, o poderoso Clérigo de Grumbar Esmond Krauser, a linhagem de magníficos Feiticeiros da família Bagnard. Muitos outros surgiram naquelas tardes de muito RPG e diversão, e talvez a diversão seja o melhor caminho para o processo criativo, não?
Vamos lá pessoal! Vamos debater sobre como criamos nossos personagens, relatar nossas experiências com nossos personagens mais marcantes, e sobre o poder que eles possuem de nos fazer nos apaixonar por eles! (assim como alcançar aos nossos amigos!)
E por último mas não menos importante: Se você gostou desse post, você pode dar uma olhada em outros posts meus clicando aqui.