Bom pessoal, assim como prometido, no post de hoje revelo o nome que escolhi para este cenário Sci-Fi: Advent Rain. Se você não viu os posts que antecedem a esse, não dê mole e veja esse desenvolvimento do início! Clique aqui para a parte 01.
Este nome está diretamente ligado ao evento cataclísmico que afetou a Terra e mudou tudo.
Agora a segunda parte do relato oficial (ou não) sobre o início de uma nova era para a humanidade.
Cinquenta anos.
Cinquenta anos de conflitos. Praticamente todos os nomes possíveis para disputas territoriais, idealistas, religiosas ou simplesmente desejo de poder utilizados para nomeá-las.
Quando todos já haviam se acostumado com o banho de sangue constantemente presente, não bastando o trauma das bolas de fogo esverdeado caindo do céu e ceifando vidas, algo aconteceu.
A primeira vez que uma arma disparou uma enxurrada de energia esverdeada, como se um vulcão direcionasse todo ele contra um mesmo alvo. Era 18 de Abril de 2065, chamado depois ”daquilo”, de 18 de Abril do ano 50 AA. Não se podia tratar mais as coisas como antes.
Você pode argumentar que mudanças físicas se abateram sobre as fronteiras como as conhecíamos, mas a verdade é que aquelas rochas do céu trouxeram muitas coisas com elas e um novo rumo para a História. Se formos simplificar, trouxeram três coisas principais, três segredos máximos que o Homem precisou de mais ou menos cinqüenta anos para desvendar.
Quando aquele caça da Força Aérea da União Britânica disparou energia verde contra um pelotão da Força de Libertação Independente do Povo Unido, dizimando-os em três segundos, não foram apenas 43 rebeldes soldados morrendo, mas foi a Humanidade fazendo um comunicado: Evoluímos.
Para pior, mas evoluímos.
Após 2012, a capacidade de manobrar a população mundial (A Mídia) estabelecida como uma das mais importantes armas de guerra, não apenas para controle, mas também para ataque e defesa.
Depois do ataque fatídico da União Britânica, notícias surgiram por todo o mundo, revelando que com a Chuva Esverdeada, desceram diversas quantidades de minerais não presentes em nosso planeta.
Foram necessários 50 anos de estudos e um acordo entre diversas nações (as que não aceitaram foram atacadas nas guerras) de não divulgação do fato de que toda uma nova base de tecnologia seria possível através destes elementos.
Velocidade de conexão e comunicação de dados, volume de acúmulo de dados, resistência de materiais, condutibilidade, ductibilidade e diversos outros elementos limitadores estavam todos ali encorpando a base do cenário sci-fi, após o Advent Rain. Só era preciso entender. Compreender o que eles significavam, e como fazer funcionar.
E Deus sabe o quanto haviam em grandes quantidades, e isso explicou a muitas pessoas o porque da eclosão dos conflitos.
Angariar estes materiais se tornou prioridade de governo em todo o mundo, seja de forma correta ou não.
Muitos territórios anexados se tornaram independentes e muito do Mapa Mundi de hoje não se aplica mais as novas delimitações territoriais.
Curiosamente, após o Advent Rain, um clamor popular não pôde ser abafado. As pessoas temiam perder ainda mais do que já haviam perdido, e a Humanidade voltou suas atenções e seus temores para os arsenais atômicos das Potências Mundiais.
Afinal, como escapar de um iminente conflito atômico em um cenário sci-fi?
Com tantas guerras e conflitos, não seria nada difícil alguma outra ação como as de Hiroshima e Nagasaki. Então os países primeiro foram forçados a um acordo de não utilização do poderio Atômico.
Não foi suficiente e após o aumento da pressão popular, dos casos de vandalismo e além, os países perceberam que estavam fortalecendo causas rebeldes.
A ONU convocou uma reunião geral e em nome do Mundo Inteiro solicitou a erradicação de todo o Arsenal Atômico. Óbvio que os países não aceitaram, mas então começaram as revoltas internas novamente, e os assassinatos inexplicáveis de líderes políticos, muitos deles bem aceitos pela maioria (o quanto fosse possível). Qualquer um se tornara um alvo e assim a situação já não mais poderia se sustentar.
Delatores em cada corredor para o caso de planos de esconder algumas ogivas criadas precaveria o problema. Divulgado para o mundo, o fino e tenso ”Equílibrio Mundial” seria duramente abalado. Pelo menos pelo que se sabe, os países atenderam.
Naves espaciais especialmente criadas e chamadas de “Arcas”, levando para fora da Órbita Terrestre toneladas e mais toneladas de material Nuclear.
Pelo menos é o que se foi dito.
Tudo continuou relativamente normal (leia-se pessoas morrendo em disputas sangrentas) até o ataque do caça de 65 AA.
A União Britânica simplesmente decidiu que era hora de mostrar ao Mundo seu poder e descobriu a Primeira Cortina de mistério que havia sobre as fabricas secretas e bases militares que surgiam por todo o mundo aos montes, revelando que nestes últimos cinqüenta anos os cientistas tiveram muito trabalho.
Foi o fim das guerras territoriais nos grandes centros urbanos, porque depois da União Britânica, todos os outros países tomaram a mesma decisão.
Com a utilização de novas e incríveis tecnologias, devastaram os rebeldes e restauraram a “Ordem”.
O novo já nasce velho.
Novas armas, novos computadores e principalmente capacidade aumentada de mobilidade de tropas. Podemos chamar de ”maravilhas” quando o assunto é caçar e destruir.
Baseados nos mais tenros sonhos da Humanidade, rapidamente saíram do campo dos conceitos e idéias as aeronaves, navios, armas e tanques muitas vezes só imaginados para filmes, livros ou desenhos animados e histórias em quadrinhos. Mas houve um avanço que realmente surpreendeu demais a todos.
O primeiro país a apresentá-los foi obviamente o Japão. Maquinas de combate de diversos tamanhos revolucionaram grandemente a Arte da Guerra por dois simples motivos: Mobilidade e Poder de Fogo.
E vamos combinar, em um cenário sci-fi queremos mesmo é ver os robôs de combate.
Das mais variadas formas, embora a Humanóide prevalecesse, os então conhecidos MECHAS invadiram nossa realidade.
As revoltas no Japão rapidamente administradas permitiu ao país se estabelecer como uma potência militar no Novo Oriente.
Não levou muito tempo para que os MECHAS adotados por todo o mundo e versões militares e privadas surgiram aos montes, umas secretas e outras para quem pudesse comprar.
As fronteiras mundiais se estreitaram, assim como as distâncias entre as localidades, mas não aconteceu o mesmo com relação a proximidade entre os povos e governos.
Qualquer um podia ser um inimigo, e ninguém conseguia saber (ou não) os tipos de tecnologias a que o vizinho dispunha, e então rapidamente crimes de guerra foram perdoados, e os exércitos rebeldes incorporados a suas respectivas nações.
Um cenário sci-fi tem um peso de crueldade. Era isso ou morrer. Muitos morreram. Esse tempo tem a nomenclatura de “Era do Perdão”, até meados de 79 AA.
Com a poeira baixa, um breve período de reconstrução ocorreu e então a terra pode respirar um pouco. Era hora de reconstruir casas e cidades. Pessoas e Economias.
Mas nem tudo eram rosas. Uma sombra ainda pairava sobre todos.
O Ultra Nacionalismo era uma forma de governo comum, mas antigos senhores burgueses que mantiveram suas próprias fortunas possuíam capacidade de comprar seus próprios exércitos e cientistas, e assim o fizeram. Barões naturalmente magnatas, ainda mostravam suas caras.
Ninguém entendia como estas figuras subsistiam frente a tais tempos de paranóia e inimigos em cada sombra, mas eles eram necessários.
Então caiu a ficha para alguém: A maioria dos veículos e armas baseados na “Tecnologia Verde” eram por demais diferentes da era Anterior. Não apenas em seus dispositivos e materiais com a qual eram criados, mas principalmente emanavam a mesma aura esverdeada que permeou o céu na chuva de 2015.
Não era apenas Tecnologia que as rochas haviam trazido e então caiu a Segunda Cortina de segredos: Uma nova forma de combustível.
Os Barões eram em sua maioria donos de grandes redes de comunicação das quais governos se utilizavam ou senhores do petróleo. Isso quer dizer que eram necessários.
Porquê? O primeiro grupo porque sabiam de todas as mentiras a que a Humanidade estava subjugada. Seria mais vantajoso para as duas partes mante-los por perto.
Já o segundo era pelo simples motivo da estrutura de suas companhias.
Nosso planeta é composto de 3/4 por mares e oceanos. E mesmo num cenário sci-fi, a conclusão óbvia é a de que a maior parte dos projéteis que atingiram a Terra estão submersos.
Estes homens possuíam a estrutura, qualidade técnica e mão de obra capacitada para chegar a localidades onde poderia se extrair minerais por demais preciosos, então eles foram rapidamente incorporados a governos e organizações, pois TODOS no mundo necessitavam de seus serviços.
Nada melhor para um cenário sci-fi do que modificar a fonte de energia.
Pode-se pensar que tudo mudou por causa das novas possibilidades no campo das tecnologias, mas nada é tão transformador para uma sociedade quanto uma nova fonte de combustível.
De uma hora para outra, não era mais possível manter a mentira, e então as novas formas de energia vindas de células tratadas com minerais extraterrestres começaram a ser utilizados nos armamentos, depois nos veículos e quando estavam controladas o suficiente, em grandes edifícios e bases científicas avançadas. Novas utilizações vieram em poucos anos, e então o Homem rompeu a barreira dos céus e dos oceanos.
Bases secretas e estações de observação do tamanho de muitos quarteirões fundadas em profundidades antes não imaginadas, e estações espaciais planejadas. Não demoraria muito, haveriam residências humanas orbitando a Terra.
o Desenvolvimento no Campo das Ciências se deu por absurdo, com a chegada ao fundo do mar. novas espécies animais e vegetais promoveram rápida assimilação de novos remédios e conhecimentos em geral sobre a vida na Terra.
O lançamento de uma nova Rede de Satélite estabeleceu (a maioria estatal e uns poucos e clandestinos independentes) um período de prosperidade.
Mas tudo tem sempre um porém e as divergências sobre utilização e regras para as novas commodities energéticas começaram a movimentar antigas feridas nas nações, então novos conflitos se surgiram. Como se fosse possível, o mundo se fechou ainda mais em seus “feudos”, e a disparidade aumentou.
Grandes alianças, algumas muito antigas como os Tigres Asiáticos e outras novas como a União Progressiva se desmantelaram ou se tornaram fracas demais até para anunciar sua extinção.
Tudo girava em torno do poder gerado pela Tecnologia ou Commodity Energética, então por todo o mundo nações empobreceram e nações enriqueceram.
O Petróleo deixou de ser a matriz energética da sociedade humana.
Para ser substituído por um bem não destrutivo em termos ambientais, com emanação de energia incrivelmente forte mas ainda inexplicável e acima de tudo com durabilidade desconhecida. Até hoje, 200 anos depois do Advent Rain, nunca se soube de uma célula de Energia Verde que tenha se apagado.
Quem possuía as commodities carregava sobre si o manto do poder, mas quem não os possuía, ficava à margem de tudo. Isso gerou um contraste abissal e desleal com as nações desfavorecidas, e cenários bem diferenciados.
Você poderia sair de uma nação onde existia a mais alta capacidade tecnológica, com seus veículos flutuantes e guardas com armas de feixe de energia e a palavra “Ordem” escancarada em seus capacetes, e se ver sobrevoando uma área populosa de um país miserável tomado por bicicletas e fumacentos veículos antiquados com seus designs ridículos de mais de 100 anos atrás.
Estes países e regiões miseráveis permeiam o mundo e lidam sumariamente com o desdém das outras nações. Porquê? Porque não são interessantes estrategicamente, não possuem recursos minerais extraterrestres e por isso não são nem um pouco atraentes. Seriam apenas incômodos animais a serem sustentados, gastando preciosos recursos.
Até mesmo em um cenário sci-fi deve-se ter plena consciência de como o sistema capitalista predominaria. Para existir ricos, é imprescindível que existam os pobres. Sempre foi assim. Sempre será. Dominante e Dominado. Servo e Senhor.
Enquanto isso, estes países enfrentam a qualidade de vida inferior e principalmente sobrevivem com recursos ainda baseados em petróleo, com geração de energia e tecnologia atrasada em mais de 150 anos…
Assim a humanidade seguiu até 178 AA.
Se desenvolvendo, depredando a si mesma em seu ciclo vicioso de degradar uns em favor de outros. Alguns sonhando em terminar os projetos das grandes naves espaciais enquanto outros não sabem se comerão no dia seguinte.
Uns apenas se interessando em roubar segredos das grandes empresas ou nações, e outros vivendo as dores das disputas nas áreas mais pobres do mundo…
Então, a 22 anos atrás, em 10 de Fevereiro de 178 AA, a Terceira Cortina caiu…
E claro que vou deixar esse gostinho para a próxima parte dessa nossa construção de cenário sci-fi! Me conte o que está achando e o que você faria de diferente neste cenário! Até a próxima parte, bons dados!